Caminhando pela Paulista, numa noite fria, sem sutiã, voltando do trabalho, num sábado a noite, ela virou três esquinas.
Na Alameda Santos ouviu um homem dizer pra alguém que parecia amiga "sabe como é, quero viver intensamente, coisas pra sentir né, sentir coisas novas..."
No meio da Campinas escuta dois garotos e uma garota, todos fumando enquanto ela dizia "sabe, por um momento eu queria tudo o que ele queria"
Virando a esquina da Paulista, passa um casal onde ela diz "você me ama mas isso não quer dizer nada".
Ela colocou fones no ouvido e pegou o metrô.
8 de agosto de 2010
Alvorada
Acho que terminei de desmontar tudo, desconstruir o palpável e a ilusão. Ainda não tenho energia para me colocar disposta a descobrir o que deve ser remontado. Não tenho forças nem vejo graça. Acho que não quero mais nada, nada, mesmo. Nada. E ao mesmo tempo quero tudo, o que não sei que é ainda, mas que quando eu querer vou querer de verdade, até ser desconstruído novamente.
Acho que cansei. Acho que cheguei ao ponto zero. Acho que, por hora, desisto.
Acho, porque também acho, que a certeza, pelo menos em mim, por agora, não existe.
Me deixe dormir.
Acho que cansei. Acho que cheguei ao ponto zero. Acho que, por hora, desisto.
Acho, porque também acho, que a certeza, pelo menos em mim, por agora, não existe.
Me deixe dormir.
1 de julho de 2010
O que faz você feliz.
Os dias entre o fim do outono e começo do inverno são os preferidos dela. Temperatura agradável, céu azul maior do que o comum, sol dourado que faz de toda grama cintilante e que se empenha nos fins de tarde, ao se despedir pintando suas infinitas cores no céu, a chamar a atenção das pessoas que andam apressadas e já não conseguem olhar para cima, para o lado, para qualquer que lugar que não seja seu próprio umbigo tentando suprir a necessidade de ser alguém para um mundo capitalista. O mundo que impõe que você seja mais e melhor, em tudo, o tempo todo. Mundo que já não a atrai. Agora é inverno, tempo onde a cama fica muito fria quando você mais a quer e aconchegante quando você tem que querer sair.
Enrolada na manta e relutando em enfrentar a cama fria injusta ela esquenta as pernas enquanto reflete sua decisão de não querer esse mundo. Não, não quero ser pop, aceito que não vou reinventar a roda, nem serei o sucesso que o mundo quer que todos sejam e que em troca, não dá felicidade e sim ansiedade, fazendo com que você só viva da angústia do que vai ser amanhã, porque ser, só hoje, não é o suficiente.
Ela lê o relatório individual do seu filho no primeiro semestre na escola, vem então um momento que viveu na semana passada, quando explicava ao filho as consequências de cada um dos dois caminhos que ele tinha que optar em seguir e escuta um frustrado "ah, agora tudo tem consequência...", e assimila com outras sensações o quão verdadeira e importante é a descoberta de seu pequeno para com as escolhas e atitudes na vida. O relatório que tem 5 folhas escritas sobre como ele assimilou tudo o que foi proposto ao grupo declara um resultado bastante desastroso. Lá está, escrito em bom português toda a leitura do pouco desempenho seu filho, em subtexto, uma boa parte de muitas consequências acumuladas.
Ela pensa no futuro que quer para o filho e sabe que não quer que ele receba o prêmio Nobel, que fale cinco idiomas, toque guitarra numa banda famosa ou seja faixa preta no kung fu, ela hoje, e daqui pra frente, ajudar a fazer com que ele se conheça, conhecendo de tudo e descubra o que o faz feliz, e seja, como for, com as consequências e prêmios que vierem.
Ela vê retratos de pessoas desconhecidas, imagina suas diferenças e tenta adivinhar o que as movimenta, tentando achar uma resposta para ela mesma. Ela se delicia ao descobrir que cada pessoa é um mundo, tão grande e tão profundo como o mundo que ela vê pela janela com suas milhares formas e cores. Mundo de cada um que pode mudar ao primeiro vento que o fizer despertar. Ventos que ela quer que batam sempre em seu jardim de flores coloridas. Ela admira a imensão de cada um e olha para ela tentando descobrir, o que ela ama, o que ela quer, o que a faz simplesmente feliz, para assim achar a energia de ser e fazer, que agora não sabe por onde anda.
Horas depois, ainda sentada, já sem foco apesar dos óculos com 4 graus fazendo com que tudo fique nítido, ela se sente vazia e leve. Vazia por não saber o que a movimenta. Leve por saber que não tem a responsabilidade de ser para o mundo nada que ela não queira, que ninguém a pode cobrar a não ser ela mesma, pois é responsável por sua felicidade.
Ela fecha as janelas de vidro, não para não ver mais o mundo enorme que tem lá fora, mas para primeiro descobrir o signifcado das coisas, para que assim elas possam existir, e quem sabe assim ela possa estar nele sem se perder.
Isso é tudo o que tem pra hoje, o resto, quando descobrir, prometo dividir.
Com a pintura de Wu Guanzhong, que pintou seus bonitos pontos de vista sobre essa vida que ele já deixou.
Enrolada na manta e relutando em enfrentar a cama fria injusta ela esquenta as pernas enquanto reflete sua decisão de não querer esse mundo. Não, não quero ser pop, aceito que não vou reinventar a roda, nem serei o sucesso que o mundo quer que todos sejam e que em troca, não dá felicidade e sim ansiedade, fazendo com que você só viva da angústia do que vai ser amanhã, porque ser, só hoje, não é o suficiente.
Ela lê o relatório individual do seu filho no primeiro semestre na escola, vem então um momento que viveu na semana passada, quando explicava ao filho as consequências de cada um dos dois caminhos que ele tinha que optar em seguir e escuta um frustrado "ah, agora tudo tem consequência...", e assimila com outras sensações o quão verdadeira e importante é a descoberta de seu pequeno para com as escolhas e atitudes na vida. O relatório que tem 5 folhas escritas sobre como ele assimilou tudo o que foi proposto ao grupo declara um resultado bastante desastroso. Lá está, escrito em bom português toda a leitura do pouco desempenho seu filho, em subtexto, uma boa parte de muitas consequências acumuladas.
Ela pensa no futuro que quer para o filho e sabe que não quer que ele receba o prêmio Nobel, que fale cinco idiomas, toque guitarra numa banda famosa ou seja faixa preta no kung fu, ela hoje, e daqui pra frente, ajudar a fazer com que ele se conheça, conhecendo de tudo e descubra o que o faz feliz, e seja, como for, com as consequências e prêmios que vierem.
Ela vê retratos de pessoas desconhecidas, imagina suas diferenças e tenta adivinhar o que as movimenta, tentando achar uma resposta para ela mesma. Ela se delicia ao descobrir que cada pessoa é um mundo, tão grande e tão profundo como o mundo que ela vê pela janela com suas milhares formas e cores. Mundo de cada um que pode mudar ao primeiro vento que o fizer despertar. Ventos que ela quer que batam sempre em seu jardim de flores coloridas. Ela admira a imensão de cada um e olha para ela tentando descobrir, o que ela ama, o que ela quer, o que a faz simplesmente feliz, para assim achar a energia de ser e fazer, que agora não sabe por onde anda.
Horas depois, ainda sentada, já sem foco apesar dos óculos com 4 graus fazendo com que tudo fique nítido, ela se sente vazia e leve. Vazia por não saber o que a movimenta. Leve por saber que não tem a responsabilidade de ser para o mundo nada que ela não queira, que ninguém a pode cobrar a não ser ela mesma, pois é responsável por sua felicidade.
Ela fecha as janelas de vidro, não para não ver mais o mundo enorme que tem lá fora, mas para primeiro descobrir o signifcado das coisas, para que assim elas possam existir, e quem sabe assim ela possa estar nele sem se perder.
Isso é tudo o que tem pra hoje, o resto, quando descobrir, prometo dividir.
Com a pintura de Wu Guanzhong, que pintou seus bonitos pontos de vista sobre essa vida que ele já deixou.
17 de junho de 2010
Descobertas
Depois de muitos carinhos e cafunés, já em posse de sua solidão noturna, em meio a palavras cheias de verdade compartilhadas em rápidos minutos, três frases a fazem se identificar e sentir aquela emoção boa de que amigos de verdade, não são necessariamente os "da vida toda", e sim os que aceitam em qualquer momento da vida dividí-la com você. Que delícia cruzar com eles na vida.
"Problemas são problemas, o tamanho depende de cada realidade."
"Aceitar o fracasso faz parte da transformação."
"Ser feliz é uma simples escolha que leva a toda uma vida de decisões. Para sempre se contrói e se alimenta"
Boa noite.
Germán Darío Zwanik, AR. (uma ótima pintura para refletir o momento, achada no meio de uma busca de pintores argentinos).
"Problemas são problemas, o tamanho depende de cada realidade."
"Aceitar o fracasso faz parte da transformação."
"Ser feliz é uma simples escolha que leva a toda uma vida de decisões. Para sempre se contrói e se alimenta"
Boa noite.
Germán Darío Zwanik, AR. (uma ótima pintura para refletir o momento, achada no meio de uma busca de pintores argentinos).
15 de junho de 2010
Parem o mundo, quero descer.
Infelizmente ela descobriu que o mundo não para, nem por um segundo, para respeitar sua dor ou deixá-la respirar. Algumas peças do quebra-cabeça começam a se encaixar devagar e ela ainda olha sem esperança para aquelas que sabe que ainda demorarão décadas para acharem seus devidos lugares, enquanto nesse caminho outras voltarão a se bagunçar, e fica enrolando ansiosamente um cacho de seu cabelo se perguntando como irá sobreviver até lá. Ela olha fixamente para o Volpi de seu desktop, que sempre lembra neste mês por suas bandeirinhas juninas que mais parecem peças bem encaixadas esperando pelo vento, que é barrado pelas janelas fechadas, para as bagunçar. Ela não quer fechar as janelas, ela quer o vento.
Ela começou a encaixar algumas peças que a inucomodavam muito por estarem fora do lgar. A relação com seus pais foram as primeiras, onde para a felicidade dela, um diálogo franco se abriu e um respeito enorme surgiu para ambos numa nova relação que tem a vida pela frente para ser, que bom que não foi tarde. Ela agora é mulher para eles, eles não são mais heróis para ela. Ela ainda é uma menina para eles e eles voltam a ser seu porto mais seguro mesmo não sendo o que ela desenhava em seus papéis infantis. É difícil crescer e ver que eles não são perfeitos, procurar um caminho para não ser igual a eles, descobrir que apesar de imperfeitos eles merecem um amor pleno e respeito enorme e que no fundo, você é muito mais parecida com eles do que imaginava ou desejava ser. Se dar conta disso, modificar o que conseguir e viver lidando com o que é intrícico é uma difícil peça de encaixar.
Uma outra peça enrome é o botão. O botão que ninguém conta onde está e que se vai descobrindo com o tempo, logo depois que ele vem ao mundo, o botão: ser mãe (de verdade! Se é que dá para denominar assim). Onde encontrar? Como encontrar? O amor e o sentimento de proteção são instantâneos, mas daí a paciência, a maturidade, a disposição e dicernimento para tomar todas as decisões e ser a base para ele em todos os momentos, do café da manhã a tristeza de uma separação, não podem ser ligados em um botão. Ela conversa agora claramente com a dificuldade enorme em ser uma mãe jovem e ter que lidar com isso, ter que colocar (e manter) regras, disciplina e pensar coerentemente para tomar decisões que vem a todos os momentos quando você é a pessoa mais importante, independente de quem passe na vida dele, para seu bom desenvolvimento e futura felicidade. É difícil se estar só nessa caminhada. É difícil olhar para o filho e ver seus próprios defeitos, ter que lidar com suas próprias fugas e tirar forças de um lugar que, não me pergunte onde é pois ainda estou a descobrir onde é, para fazer o melhor para ele, para si mesma, para a relação dos dois, superando e se contendo em momentos em que tudo o que você mais gostaria era de estar no colo da sua mãe.
As peças do amor ainda estão soltas, balançando e procurando seu lugar, que acho que não encontrarão tão cedo. Ela viveu um amor que não sabe se existe outro igual, (no fundo ela sabe que não existem amores iguais), ela viveu sorrisos que queria sorrir para sempre, ela dividiu tudo o que podia e sentia. Ela tenta entender o que não se entende e curar o que dói sem saber onde, ela tenta acreditar que não se morre de amor, mesmo sabendo que o que ela fez foi aceitar morrer por ele, como ensinava Sabina.
Ela descobre na marra diariamente peças dela que não sabiam que existiam, seus sabores e desencantos, suas verdades, suas dúvidas, responsabilidades e vontades de saber quem ela é, de saber como se respeitar para poder seguir firme tendo um pouco de esperança. E vasculhando essas peças ela se vê de coração exposto e encontra a dura solidão de ser e de estar só.
Nos últimos dias ela ouviu músicas para mudar o humor, assistiu filmes para mudar a história, mudou os óculos para ver se o mundo mudava de moldura, cortou o cabelo pra mudar as idéias, perdeu a cabeça, jogou tudo pro alto bem forte e segurou tudo nos braços de volta, pois sabe que só ela pode (e querendo ou não deve) abraçar esse mundo que é só dela. Nos últimos dias ela remexeu em caixas fechadas nela mesma e hoje faz questão de deixá-las abertas, porque fechar seria parar no tempo para sempre, e isso ela não aceita de jeito algum.
Ela está conhecendo seus maiores limites, o que só se descobre quando se está só, quando tudo depende de você e fugir não é uma opção. Ela sabe de tudo isso, das frases feitas, das poesias já compostas, de que o tempo necessário é bem maior do que o desejado para que as peças se encaixem, mas isso não afasta, pelo contrário, só aumenta o medo e a insegurança de saber que as peças estão na mesa e que ela terá que as desembaralhar, dia a dia, para levar adiante o que ela acredita que pode se tornar um belo quebra-cabeças um dia
Ela ascendeu uma vela, olhou para lua, limpou as lágrimas e pediu ao mundo que se ele pudesse dar uma paradinha para ela respirar agora seria um bom momento, mas que se ele não pudesse, que mantivesse pelo menos a lua limpa e o sol cheio de brilho para que ela pudesse olhar com clareza e achar uma esperança e uma força que ela por enquanto, ainda não sabe onde encontrar dentro dela mesma.
O mundo não parou, mas hoje o sol brilhava e a lua está linda, deixa estar.
Ao som de Contigo, de Joaquin Sabina e com as palavras de Chico, que me maltrata com suas verdades e, que ao mesmo tempo, ilude tão bem meu coração sem nenhuma pretenção, como nenhum outro homem seria capaz de fazer.
Trocando em miúdos (Chico Buarque e Francis Hime)
Ela começou a encaixar algumas peças que a inucomodavam muito por estarem fora do lgar. A relação com seus pais foram as primeiras, onde para a felicidade dela, um diálogo franco se abriu e um respeito enorme surgiu para ambos numa nova relação que tem a vida pela frente para ser, que bom que não foi tarde. Ela agora é mulher para eles, eles não são mais heróis para ela. Ela ainda é uma menina para eles e eles voltam a ser seu porto mais seguro mesmo não sendo o que ela desenhava em seus papéis infantis. É difícil crescer e ver que eles não são perfeitos, procurar um caminho para não ser igual a eles, descobrir que apesar de imperfeitos eles merecem um amor pleno e respeito enorme e que no fundo, você é muito mais parecida com eles do que imaginava ou desejava ser. Se dar conta disso, modificar o que conseguir e viver lidando com o que é intrícico é uma difícil peça de encaixar.
Uma outra peça enrome é o botão. O botão que ninguém conta onde está e que se vai descobrindo com o tempo, logo depois que ele vem ao mundo, o botão: ser mãe (de verdade! Se é que dá para denominar assim). Onde encontrar? Como encontrar? O amor e o sentimento de proteção são instantâneos, mas daí a paciência, a maturidade, a disposição e dicernimento para tomar todas as decisões e ser a base para ele em todos os momentos, do café da manhã a tristeza de uma separação, não podem ser ligados em um botão. Ela conversa agora claramente com a dificuldade enorme em ser uma mãe jovem e ter que lidar com isso, ter que colocar (e manter) regras, disciplina e pensar coerentemente para tomar decisões que vem a todos os momentos quando você é a pessoa mais importante, independente de quem passe na vida dele, para seu bom desenvolvimento e futura felicidade. É difícil se estar só nessa caminhada. É difícil olhar para o filho e ver seus próprios defeitos, ter que lidar com suas próprias fugas e tirar forças de um lugar que, não me pergunte onde é pois ainda estou a descobrir onde é, para fazer o melhor para ele, para si mesma, para a relação dos dois, superando e se contendo em momentos em que tudo o que você mais gostaria era de estar no colo da sua mãe.
As peças do amor ainda estão soltas, balançando e procurando seu lugar, que acho que não encontrarão tão cedo. Ela viveu um amor que não sabe se existe outro igual, (no fundo ela sabe que não existem amores iguais), ela viveu sorrisos que queria sorrir para sempre, ela dividiu tudo o que podia e sentia. Ela tenta entender o que não se entende e curar o que dói sem saber onde, ela tenta acreditar que não se morre de amor, mesmo sabendo que o que ela fez foi aceitar morrer por ele, como ensinava Sabina.
Ela descobre na marra diariamente peças dela que não sabiam que existiam, seus sabores e desencantos, suas verdades, suas dúvidas, responsabilidades e vontades de saber quem ela é, de saber como se respeitar para poder seguir firme tendo um pouco de esperança. E vasculhando essas peças ela se vê de coração exposto e encontra a dura solidão de ser e de estar só.
Nos últimos dias ela ouviu músicas para mudar o humor, assistiu filmes para mudar a história, mudou os óculos para ver se o mundo mudava de moldura, cortou o cabelo pra mudar as idéias, perdeu a cabeça, jogou tudo pro alto bem forte e segurou tudo nos braços de volta, pois sabe que só ela pode (e querendo ou não deve) abraçar esse mundo que é só dela. Nos últimos dias ela remexeu em caixas fechadas nela mesma e hoje faz questão de deixá-las abertas, porque fechar seria parar no tempo para sempre, e isso ela não aceita de jeito algum.
Ela está conhecendo seus maiores limites, o que só se descobre quando se está só, quando tudo depende de você e fugir não é uma opção. Ela sabe de tudo isso, das frases feitas, das poesias já compostas, de que o tempo necessário é bem maior do que o desejado para que as peças se encaixem, mas isso não afasta, pelo contrário, só aumenta o medo e a insegurança de saber que as peças estão na mesa e que ela terá que as desembaralhar, dia a dia, para levar adiante o que ela acredita que pode se tornar um belo quebra-cabeças um dia
Ela ascendeu uma vela, olhou para lua, limpou as lágrimas e pediu ao mundo que se ele pudesse dar uma paradinha para ela respirar agora seria um bom momento, mas que se ele não pudesse, que mantivesse pelo menos a lua limpa e o sol cheio de brilho para que ela pudesse olhar com clareza e achar uma esperança e uma força que ela por enquanto, ainda não sabe onde encontrar dentro dela mesma.
O mundo não parou, mas hoje o sol brilhava e a lua está linda, deixa estar.
Ao som de Contigo, de Joaquin Sabina e com as palavras de Chico, que me maltrata com suas verdades e, que ao mesmo tempo, ilude tão bem meu coração sem nenhuma pretenção, como nenhum outro homem seria capaz de fazer.
Trocando em miúdos (Chico Buarque e Francis Hime)
Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim, não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim! O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar, as sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós, as marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças, aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer. Aquela aliança, você pode empenhar, ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar, o enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago, meu peito tão dilacerado
Aliás, aceite uma ajuda do seu futuro amor, pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde. Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade...
E a leve impressão de que já vou tarde.
Olhos nos Olhos (Chico Buarque)
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim! O resto é seu
Trocando em miúdos, pode guardar, as sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós, as marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças, aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer. Aquela aliança, você pode empenhar, ou derreter
Mas devo dizer que não vou lhe dar, o enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago, meu peito tão dilacerado
Aliás, aceite uma ajuda do seu futuro amor, pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou e nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde. Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade...
E a leve impressão de que já vou tarde.
Olhos nos Olhos (Chico Buarque)
Quando você me deixou, meu bem, me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci... Mas depois, como era de costume, obedeci
Quando você me quiser rever, já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando, me pego cantando, sem mais, nem por quê
Tantas águas rolaram, quantos homens me amaram, bem mais e melhor que você
Quando talvez precisar de mim, cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz, quero ver como suporta me ver tão feliz
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci... Mas depois, como era de costume, obedeci
Quando você me quiser rever, já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você eu passo bem demais
E que venho até remoçando, me pego cantando, sem mais, nem por quê
Tantas águas rolaram, quantos homens me amaram, bem mais e melhor que você
Quando talvez precisar de mim, cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz, quero ver como suporta me ver tão feliz
2 de junho de 2010
Quebra-cabeça
Pegue uma caixa de quebra-cabeça, de 2 mil peças, balance bastante. É assim que ela se sentiu. O chão não estava mais no mesmo lugar e o sol na janela entrava agora lateralmente, já é outono. Passaram-se então 4 meses, provavelmente os mais intensos da sua vida imensa toda de 26 anos. Já se passaram também 5 meses do ano atual, e nenhum quilo a menos, algumas verdades a mais e muitas peças para montar.
Na semana que passou ela não roeu as unhas, não penteou os cabelos mas escolheu sempre os sapatos, é bom saber onde se está pisando, aliás, ter que achar outro chão não acontece todos os dias.
A sensação é realmente a de estar andando em uma corda bamba. Hora está tranquila, hora desesperada, hora triste, outras com a força de conquistar um mundo, mas sempre querendo ir adiante. E entre análises técnicas, músicas tocadas pelo filho no violão e as músicas que consomem sua cabeça o dia todo, ela se desequilibra. Hora perde a cabeça, hora pede desculpa, o pior dela aparece e ela se lembra de que, independente de tudo, aquele amor a fazia ser uma pessoa melhor, ainda faz, e sofre.
Hoje já faz 11 dias onde ela está solteira, foi esse furacão que passou e bagunçou o quebra-cabeça todo, acho que na verdade porque ele nunca se encaixou de verdade, porque tinham peças que foram trocadas de lugar e ele veio para mostrar que, em algum momento, temos que colocar as coisas em seus devidos lugares para que ganhem o real valor e prazer que devem ter.
Ela já não é mais a mesma pessoa de algumas peças atrás. Ela está descobrindo como quer que as coisas se encaixem e também está descobrindo tudo o que não era hora de descobrir antes, o que não conseguiria descobrir depois e que hoje, fazem toda a diferença. Está descobrindo o prazer em escovar os cabelos, de sentir sua pele, de rir seu riso. Está descobrindo a falta que seu amor te faz, de uma forma diferente e devastadora. Está se sentindo jovem e burra, e tem se divertido com isso.
Existem coisas que seria lindo saber que todos descobriram em algum momento da vida. Ela se sente hoje feliz por saber que amizades verdadeiras não morrem, que amores verdadeiros existem e que nada na vida é definitivo.
Ao som de Altar Particular, Maria Gadú (porque em uma música eu consigo me encontrar tanto) e claro a Chico, Caetano, Vinícius, Baden e Elis, grandes amigos nesses momentos.
Sob as palavras que inspiram de Neruda:
E pinturas de Jack Vettriano , porque a vida tem que ser sensual, interessante e gostosa como seus quadros.
Na semana que passou ela não roeu as unhas, não penteou os cabelos mas escolheu sempre os sapatos, é bom saber onde se está pisando, aliás, ter que achar outro chão não acontece todos os dias.
A sensação é realmente a de estar andando em uma corda bamba. Hora está tranquila, hora desesperada, hora triste, outras com a força de conquistar um mundo, mas sempre querendo ir adiante. E entre análises técnicas, músicas tocadas pelo filho no violão e as músicas que consomem sua cabeça o dia todo, ela se desequilibra. Hora perde a cabeça, hora pede desculpa, o pior dela aparece e ela se lembra de que, independente de tudo, aquele amor a fazia ser uma pessoa melhor, ainda faz, e sofre.
Hoje já faz 11 dias onde ela está solteira, foi esse furacão que passou e bagunçou o quebra-cabeça todo, acho que na verdade porque ele nunca se encaixou de verdade, porque tinham peças que foram trocadas de lugar e ele veio para mostrar que, em algum momento, temos que colocar as coisas em seus devidos lugares para que ganhem o real valor e prazer que devem ter.
Ela já não é mais a mesma pessoa de algumas peças atrás. Ela está descobrindo como quer que as coisas se encaixem e também está descobrindo tudo o que não era hora de descobrir antes, o que não conseguiria descobrir depois e que hoje, fazem toda a diferença. Está descobrindo o prazer em escovar os cabelos, de sentir sua pele, de rir seu riso. Está descobrindo a falta que seu amor te faz, de uma forma diferente e devastadora. Está se sentindo jovem e burra, e tem se divertido com isso.
Existem coisas que seria lindo saber que todos descobriram em algum momento da vida. Ela se sente hoje feliz por saber que amizades verdadeiras não morrem, que amores verdadeiros existem e que nada na vida é definitivo.
Ao som de Altar Particular, Maria Gadú (porque em uma música eu consigo me encontrar tanto) e claro a Chico, Caetano, Vinícius, Baden e Elis, grandes amigos nesses momentos.
Sob as palavras que inspiram de Neruda:
É Proibido
É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.
É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
E pinturas de Jack Vettriano , porque a vida tem que ser sensual, interessante e gostosa como seus quadros.
24 de maio de 2010
Que seja eterno enquanto dure...
22 de maio de 2010, meia noite e trinta minutos. Ela começou a digitar. A noite estava fria, de onde estava sentada não via a lua e nem tinha vontade de saber por onde ela andava. A Vila Madalena soltava seus ruídos da felicidade ou fuga alheia, bebendo, dançando... enquanto dentro do apartamento dava pra se ouvir um silêncio inigualável. Ela estava sozinha outra vez.
Hoje foi um lindo dia, o pôr-do-sol queimou o céu com uma luz laranja fogo que ela não se lembrara de ter visto igual na vida. Não, não foi no meio da Faria Lima que ela pode observar isso, foi durante duas horas de viagem para Amparo, a melhor cidade para se visitar em um dia como esses, para uma reunião de trabalho bem sucedida. Na volta ela ouviu três cds do Joaquin Sabina e outro do Silvio Rodrigues, cantarolou, suspirou, coxilou e pensou em tudo que tem acontecido em sua vida turbulenta e emocionante nos últimos meses, e sorriu de novo.
No meio do caminho ela organizou o passeio do filho para a casa do amigo durante o fim de semana, e se sentiu feliz, pois pensou no grande amor que sente por ser mãe. Agora, horas depois agradece por ter um dia antes dele voltar do passeio. Ela não poderia.
Ela depois de quase um ano, se não foi mais do que isso, fugiu da cadeira do consultório. Há duas semanas voltou a encontrá-lo. As cadeiras mudaram de lugar, ficou mais aconchegante, eles agora se sentam mais próximos e ela hoje não foge mais. Nas duas primeiras sessões da nova temporada ela vem com anotações e questionamentos que fazem o relógio perder as horas e deixar o papo rolar e ele sorri a cada vez que a vê se dando conta dela mesma, e gostando, e se decepcionando do que é.
A próxima consulta é na terça, as nove horas da manhã. E ela vai contar, o que está escrito aqui em uma frase só. E nada mais vai ter que ser dito, a não ser a resposta da próxima pergunta dele que ela hoje, não quer pensar em tentar adivinhar qual vai ser.
Ela voltou da reunião, o sol se despediu e deu espaço ao brilho dos faróis do engarrafamento da Bandeirantes. Depois ao brilho da tela do computador. Relatório feito, alguns amigos queriam tomar uma cerveja, ela encerrou a reunião do fim do dia, esperou a carona tomando um copo gelado e ouvindo as piadas de mesa de bar sobre casamentos e namoradas que sempre aparecem quando os telefones tocam e as essas reclamam de solidão, mais algumas risadas e foi para casa, para depois de muito tempo, passar um blush para corar as bochechas e ir dançar numa festa cheia de sabor, que ela não sentiu.
Ele chegou, com dor de cabeça, sentou no sofá, ela estava pronta, não para isso. Eles não foram jantar, ela tirou os sapatos e tudo o que já tinha sido, naquele momento, seria só aquilo, e nada mais. Não haveria o mais.
Eles falaram do quanto amor existe, de como foram felizes, de como devem fazer agora e de mais nada, porque não há mais nada para falar nesses momentos a não ser, respirar fundo, agradecer e deixar as lágrimas rolarem.
Ele foi embora, ela escutou a chave trancar. O elevador descer. Os ruídos do mundo lá fora aumentaram. O silêncio dentro dela também. O amigo da festa já tinha outra para ir, as amigas estavam fora de área, a família longe. E lá estava ela, como tinha certeza que tinha sido pintada no quadro de Hopper, sentada em sua mesa ouvindo a música deles e vendo tudo o que ele tinha dito que não queria, como Joaquin já tinha ensinado.
Hoje puxo todo o ar que consigo, para respirar fundo e escrever, mais triste do que queria me sentir na vida, o que não pensei que ía acontecer assim, nem agora, porque no fundo a gente nunca espera nem planeja esses momentos... eu estou sozinha de novo. Como no fundo sempre estive, como na verdade sabemos que somos e que nem sempre sabemos ser.
Não, eu não sei o que fazer, mas ninguém disse que eu tinha que saber. Ojalá que vida me mostre.
Ao som de Contigo - Joaquin Sabina, uma música de amor e algumas fotos do casamento.
Hoje foi um lindo dia, o pôr-do-sol queimou o céu com uma luz laranja fogo que ela não se lembrara de ter visto igual na vida. Não, não foi no meio da Faria Lima que ela pode observar isso, foi durante duas horas de viagem para Amparo, a melhor cidade para se visitar em um dia como esses, para uma reunião de trabalho bem sucedida. Na volta ela ouviu três cds do Joaquin Sabina e outro do Silvio Rodrigues, cantarolou, suspirou, coxilou e pensou em tudo que tem acontecido em sua vida turbulenta e emocionante nos últimos meses, e sorriu de novo.
No meio do caminho ela organizou o passeio do filho para a casa do amigo durante o fim de semana, e se sentiu feliz, pois pensou no grande amor que sente por ser mãe. Agora, horas depois agradece por ter um dia antes dele voltar do passeio. Ela não poderia.
Ela depois de quase um ano, se não foi mais do que isso, fugiu da cadeira do consultório. Há duas semanas voltou a encontrá-lo. As cadeiras mudaram de lugar, ficou mais aconchegante, eles agora se sentam mais próximos e ela hoje não foge mais. Nas duas primeiras sessões da nova temporada ela vem com anotações e questionamentos que fazem o relógio perder as horas e deixar o papo rolar e ele sorri a cada vez que a vê se dando conta dela mesma, e gostando, e se decepcionando do que é.
A próxima consulta é na terça, as nove horas da manhã. E ela vai contar, o que está escrito aqui em uma frase só. E nada mais vai ter que ser dito, a não ser a resposta da próxima pergunta dele que ela hoje, não quer pensar em tentar adivinhar qual vai ser.
Ela voltou da reunião, o sol se despediu e deu espaço ao brilho dos faróis do engarrafamento da Bandeirantes. Depois ao brilho da tela do computador. Relatório feito, alguns amigos queriam tomar uma cerveja, ela encerrou a reunião do fim do dia, esperou a carona tomando um copo gelado e ouvindo as piadas de mesa de bar sobre casamentos e namoradas que sempre aparecem quando os telefones tocam e as essas reclamam de solidão, mais algumas risadas e foi para casa, para depois de muito tempo, passar um blush para corar as bochechas e ir dançar numa festa cheia de sabor, que ela não sentiu.
Ele chegou, com dor de cabeça, sentou no sofá, ela estava pronta, não para isso. Eles não foram jantar, ela tirou os sapatos e tudo o que já tinha sido, naquele momento, seria só aquilo, e nada mais. Não haveria o mais.
Eles falaram do quanto amor existe, de como foram felizes, de como devem fazer agora e de mais nada, porque não há mais nada para falar nesses momentos a não ser, respirar fundo, agradecer e deixar as lágrimas rolarem.
Ele foi embora, ela escutou a chave trancar. O elevador descer. Os ruídos do mundo lá fora aumentaram. O silêncio dentro dela também. O amigo da festa já tinha outra para ir, as amigas estavam fora de área, a família longe. E lá estava ela, como tinha certeza que tinha sido pintada no quadro de Hopper, sentada em sua mesa ouvindo a música deles e vendo tudo o que ele tinha dito que não queria, como Joaquin já tinha ensinado.
Hoje puxo todo o ar que consigo, para respirar fundo e escrever, mais triste do que queria me sentir na vida, o que não pensei que ía acontecer assim, nem agora, porque no fundo a gente nunca espera nem planeja esses momentos... eu estou sozinha de novo. Como no fundo sempre estive, como na verdade sabemos que somos e que nem sempre sabemos ser.
Não, eu não sei o que fazer, mas ninguém disse que eu tinha que saber. Ojalá que vida me mostre.
Ao som de Contigo - Joaquin Sabina, uma música de amor e algumas fotos do casamento.
1 de maio de 2010
24 de fevereiro de 2010
Coisas da profissão
Depois de muitos e-mails, informações e horas sentadas na produtora, já tarde da noite, tentando facilitar a comunicação com o diretor que estava no Rio, ela que estava em São Paulo e o diretor de arte que estava em Taubaté, eles eles chegam no momento de se adicionarem no skype. Ela pega o nome do diretor de arte e procura no skype, logo aparece só um nome, sobrenome diferente, ela envia no convite "oi, sou a assistente do job de sexta-feira".
Em dois minutos ele responde:
- Olá!
- Oi, tudo bom? Assim fica mais fácil se comunicar...
- Sim fica sim, mas quem é você mesmo?
- Assistente do Vicente, do filme de sexta. Te adicionei pra facilitar a comunicação hoje, precisamos falar muito, mas pode me deletar se quiser depois que o trabalho acabar.
- Ah sim, claro! Mas quem é Vicente?
- O Vicente, diretor, você não é diretor de arte é?
- O que é isso?
- Ah desculpa, acho que, tenho certeza, adicionei a pessoa errada.
- É, acho que foi mesmo né! Mas, você é da onde? Faz o que? Vamos conversar...
- Não obrigada, agora não vai dar, mas obrigada. Desculpe-me pelo equívoco.
- Tudo bem, hora que quiser estou aí pra gente conversar.
- Valeu, obrigada! Até!
- Até.
Em seguida ela verifica o nome certo, adiciona o diretor de arte, com o nome e sobrenome exatamente iguais, ela ri. Coisas da profissão.
Em dois minutos ele responde:
- Olá!
- Oi, tudo bom? Assim fica mais fácil se comunicar...
- Sim fica sim, mas quem é você mesmo?
- Assistente do Vicente, do filme de sexta. Te adicionei pra facilitar a comunicação hoje, precisamos falar muito, mas pode me deletar se quiser depois que o trabalho acabar.
- Ah sim, claro! Mas quem é Vicente?
- O Vicente, diretor, você não é diretor de arte é?
- O que é isso?
- Ah desculpa, acho que, tenho certeza, adicionei a pessoa errada.
- É, acho que foi mesmo né! Mas, você é da onde? Faz o que? Vamos conversar...
- Não obrigada, agora não vai dar, mas obrigada. Desculpe-me pelo equívoco.
- Tudo bem, hora que quiser estou aí pra gente conversar.
- Valeu, obrigada! Até!
- Até.
Em seguida ela verifica o nome certo, adiciona o diretor de arte, com o nome e sobrenome exatamente iguais, ela ri. Coisas da profissão.
15 de fevereiro de 2010
É hoje
Ela não fala com sotaque mineiro, mas as vezes solta um "uai", ela não sabe usar saia, porque cresceu em Rondônia brincando no jardim de calcinha, mas se esforça, anda muito bem pelas quadras de Brasília, mas não gosta de se perder numa tesourinha, ela adora praia e a idéia do filho ter nascido em uma, quando ela ainda tinha 16, mas não voltaria a morar em Balneário Camboriú, ela sente saudade do que viveu em Curitiba ao lembrar dos tempos de paquera com o homem do sorriso bonito que hoje é seu marido, mas gosta que isso hoje viva somente em fotos e e-mails arquivados. O amor foi pra São Paulo, e é onde ela sente a poluição do ar, espirra, sorri e cria raízes.
Até onde a memória alcança tem a recordação de que em todos os seus aniversários sua mãe começava uma história... "há tantos anos atrás, eu estava com seu pai e sua tia conversando quando..." e assim ela conhece a história de quando veio ao mundo, hoje faz isso com seu filho que repete o "mãe eu já sei..." como ela também fazia quando mais nova, hoje adora lembrar e recontar essa história e repetirá até o dia em que seu filho também vai gostar de ouvir, ou não.
Hoje, se olhando no espelho quando acordou, ela pensou por alguns instantes a mais no que o corpo já viveu e o que a mente já guarda dos 25 anos completos e descobriu que ela realmente gosta de envelhecer. Não sabe se isso vai durar depois que os cabelos brancos aparecerem, pois ela gosta da cor natural dos seus cabelos, mas hoje, ela realmente gosta de envelhecer. Gosta porque gosta da sua história, das partes boas e ruins. Da enorme crença de que o que virá será ótimo e da possibilidade de sempre poder aprender para fazer ser melhor ainda.
Ela já aprendeu algumas das coisas que os mais experientes dizem que é muito bom quando se aprende na vida, ela ainda sabe que tem um mundo pra aprender dentro de si mesma e adora a idéia de poder conhecer um mundo dentro de todos que cruzam seus caminhos com o dela.
Ela vai sair para comprar velas, vai ganhar alguns beijos a mais hoje da sua avó, desenhos dos sobrinhos, mensagens de pessoas que ela ama ter na vida dela e assim, vai renovar as energias pra viver mais um ano e tentar, por mais 26 anos realizar todos os sonhos que tem e os que ainda vão surgir, até querer tentar por outros 26 mais.
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